Forro todo o chão de um banheiro com algodão. Em seguida, abro o chuveiro e me sento embaixo deixando que a água caia sobre a minha cabeça e, escorra por todo o meu corpo. De olhos fechados e em silêncio faço bolhas de sabão; oscilo entre inspirar, soprar, respirar, e novamente soprar. Com o passar da primeira hora, meu corpo esfria, encolhe, dói e treme intensamente. O algodão encharca, a água sobe e transborda para fora do banheiro e provoca uma pequena inundação. Só então, o público começa a perceber que há uma performance acontecendo neste espaço da casa. Ao perceber um fluxo contínuo de água a escorrer, algumas pessoas se mobilizam para contê-lo. Outros optam simplesmente por assistir a ação, caminhando  descalço pelo chão molhado e macio.